Banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO: FÁBIO HENRIQUE DE SOUZA CARDOSO


Por em 6 de fevereiro de 2024



DISCENTE: FÁBIO HENRIQUE DE SOUZA CARDOSO
DATA: 22/02/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Sala Virtual – Plataforma Google Meet
TÍTULO:

“TAXONOMIA INTEGRATIVA DE ESPÉCIES MORFOLOGICAMENTE SIMILARES: Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) E Carollia brevicauda (Schinz, 1821) (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE)”

PALAVRAS-CHAVES:

Biodiversidade, Filostomídeos, MOTUs.

PÁGINAS: 49
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
RESUMO:

Os morcegos do gênero Carollia estão entre os filostomídeos amplamente distribuídos na região Neotropical, dentre as espécies mais abundantes está Carollia perspicillata. O gênero Carollia é representado por oito espécies, a saber: Carollia benkeithi, Carollia brevicauda, C. perspicillata, Carollia castânea, Carollia manu, Carollia monohernandezi, Carollia sowelli, Carollia subrufa¸ com as três primeiras ocorrendo no Brasil. Estudos alertam que para as espécies C. perspicillata e C. brevicauda, quando considerado caracteres morfológicos, ocorre  alta variação intraespecífica, caracteres diagnósticos conflitantes e clara sobreposição, quando considerado a genética uma divergência interespecífica baixa, além disso, o registro de que essas espécies vivem em simpatria em muito de sua distribuição. O objetivo deste estudo foi aplicar uma abordagem integrativa para alcançar uma melhor compreensão dessas unidades biológicas utilizando dados de morfologia, morfometria (morfologia e craniometria), morfogeometria e molecular. Foram analisados 218 espécimes para morfologia e morfometria, sendo observado sobreposições em caracteres morfológicos e morfométricos apontando assim para um mesmo status taxonômico. No entanto, foram observados sutilmente uma diferenciação morfológica na ausência da curvatura do maxilar a nível do 2º pré-molar na vista lateral de alguns espécimes e diferenciação no padrão de bandagem da pelagem. Para o estudo de morfogeometria foram analisadas 329 imagens do crânio, onde 168 foram distribuídas em vista dorsal e 161 ventral. Os resultados obtidos através da análise de componente principal (PCA) em vista dorsal e ventral revelaram apenas um táxon apresentando baixos valores, a saber: Dorsal 20,04% e ventral 14,87%. Na análise de variáveis canônicas em vista dorsal e ventral os valores também foram baixos: Dorsal 16,8% e ventral 18,9% apontando, portanto, para não separação destas espécies. Na análise molecular utilizando o gene COI obteve-se 98 sequências e 46 haplótipos, onde verificou-se uma divergência genética baixa que alcançou apenas 2,13%. A árvore de Neighbor-Joining (NJ) revelou a formação de dois clados, mas sem diferenciação entre as espécies. Os modelos de delimitação de espécies ABGD, ASAP, mPTP apresentaram apenas uma MOTUs, mas o modelo GMYC delimitou duas MOTUs: Uma formada por espécimes de Carollia do Brasil (presente estudo) compartilhando com C. perspicillata do Panamá (GenBank) e a outra também formada por espécimes de Carollia do Brasil (presente estudo) compartilhando com C. perspicillata do Panamá, Equador, Guiana Francesa, Estados Unidos e França (GenBank). Em todos os modelos analisados não houve agrupamento das espécies de Carollia do Brasil (presente estudo) com C. brevicauda (GenBank). Neste sentido a sobreposição dos caracteres morfológicos, medidas morfométricas e morfogeométricas, bem como baixa divergência genética e ausência de limites geográficos revelam apenas uma unidade taxonômica para os diferentes domínios fitogeográficos brasileiros: C. perspicillata.

 

 

MEMBROS DA BANCA:
Interno – 6443 – ELMARY DA COSTA FRAGA
Externo à Instituição – JOSÉ EDUARDO SERRANO VILLAVICENCIO – USP
Presidente(a) – 6445 – MARIA CLAUDENE BARROS



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